sexta-feira, 9 de maio de 2014

Valorização da cultura local é reforçada na abertura da Teia Bahia 2014



A abertura da Teia Bahia 2014 - II Encontro da Rede de Pontos de Cultura do Estado, na noite de quinta-feira (08), no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, foi marcado por discursos sobre a importância da valorização da cultura local para a identidade de uma nação e seu desenvolvimento social, e como, nos últimos anos, este pensamento tornou-se fundamental dentro da construção de políticas culturais na Bahia e no Brasil. 

A mesa teve presença do governador Jaques Wagner, do secretário estadual de cultura Albino Rubim, da secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Márcia Rollemberg, além de representantes de Pontos de Cultura, artistas e gestores de cultura na Bahia, como a presidente do Centro de Cultura e Políticas Identitárias da Bahia (CCPI), Arany Santana, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, e o membro da Comissão Estadual de Pontos de Cultura, Lula Dantas. 

Após saudar os presentes, o governador Jaques Wagner disse esperar que os debates, discussões e encontros durante a Teia Bahia 2014 sejam acalorados e plurais sem perder a unidade para que os objetivos principais sejam concretizados.  " A identidade de um povo e nação é marcada por sua língua e sua cultura. Não há como pasteurizar a cultura do país, por isso incentivamos a cultura local. Este trabalho, fruto do Programa Cultura Viva,  iniciado pelo ministro Gilberto Gil, laudeado por Juca Ferreira, é um exemplo de que o Governo tem trabalhoado com um olhar diferenciado para a cultura. É importante que tenhamos uma Teia com a força que esta tem e que caminhemos para a Teia Nacional com nossos objetivos claros", declarou. 

Wagner aproveitou a ocasião, ainda, para mostrar o crescimento do Estado em relação à educação superior nos últimos 11 anos. "O país não será desenvolvido sem a inclusão social, sem a valorização da cultura local neste país de tamanha diversidade, e principalmente, sem a multiplicação das vagas nas universidades. De 1908 a 2008, em 200 anos, a Bahia permaneceu com o que foi trazido por Dom João VI, que foi a Faqculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, que veio a se concretizar como a primeira Universidade Federal. SOu seja, em 200 anos uma única federal. Em 11 anos, seis universidades federais na Bahia. De escolas técnicas, saímos de quatro para 30", lembrou. 


O secretário Albino Rubim destacou que  este II Encontro está sendo realizado com a participação de mais 128 novos Pontos de Cultura, selecionados através de edital, em 2014.  "A cultura é fundamental nesse processo de transformação por uma sociedade equânime, mais digna e sem preconceitos. Este Programa Cultura Viva é um dos mais inovadores do mundo e tem sido aderido por diversos países da América do Sul.  Desde que assumimos a cultura, tem sido uma batalha grande o fortalecimento deste Programa que abriu o leque para diversas manifestações", afirmou. 

O secretário estadual de cultura lembrou que o Cultura Viva tem permitido aos órgãos do setor cultural, que estavam nos grandes estados e principais capitais, se espalharem para os pequenos municípios. "Demos a cultura um patamar que a coloca como elemento fundamental  do desenvolvimento brasileiro", acrescentou. 

Para Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Minc, um dos principais desafios, atualmente, é envolver no Programa os municípios com comunidades tradicionais (índígenas, povos de terreiro, ciganos e população ribeirinha).  "A maior dificuldade é o instrumento, é a forma de convênio. São populações que tem poucos recursos e equipamentos. "Temos um trabalho afinado com o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, para trazer ao Programa também as raízes étnicas. Estamos nos organizando para que venha uma um programa de base comunitária", declarou. 

Rollemberg fez um elogio especial à Bahia, ao dizer que foi o Estado que mais esteve presente na Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC),. "O estado com o qual eu mais tive contato foi a Bahia.  Estamos na hora de alavancar um novo degrau no Programa e lembro aqui que sempre estiveram presentes comigo, no Minc, a superintendente de Desenvolvimento Territorial da Bahia, Taiane Fernandes e o secretário estadual de cultura Albino Rubim", frisou. 

Expectativa - a Teia Bahia 2014, a segunda edição ocorrida no Estado desde 2009,  é um dos principais momentos de diálogo da Rede dos Pontos de Cultura da Bahia. "É um momento de recompactuação do movimento. É necessário que tenha mais comunidades de terreiros, comunidades indígenas também. Estamos juntos para um novo momento", ponderou Lula Dantas, membro da Comissão Estadual dos Pontos de Cultura da Bahia. 

A mestre de Cultura Popular Janete Lainha Coelho, do Ponto de Cultura "Literatura de Cordel", em Ilhéus, espera que o reconhecimento e a valorização da cultura popular n a Bahia e no Brasil, além de maior divulgação dos trabalhos e produtos desenvolvidos pelos Pontos no Estado. "Esperamos que esta Teia seja mais um momento de mudança, um novo marco de cultura na Bahia. Eu venho d cultura popular tradicional e através do Ponto que tenho a oportunidade de preservar a memória dos meus mestres. A nossa característica é a sabedoria que passamos através da oralidade", comentou. 




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