sábado, 10 de maio de 2014

Conceito Griô é discutido durante audiência pública na Teia Bahia 2014

Texto: Ascom/ CEC-BA - Mestres griôs de diversos pontos de cultura da Bahia se reuniram nesta sexta, 09, na Praça Pedro Arcanjo, no Pelourinho, para uma audiência pública focada na discussão dos marcos regulatórios da sociedade civil para a Lei Cultura Viva e, em especial, à Lei Griô e dos Mestres. O encontro integra a programação do TEIA Bahia 2014, que termina neste sábado, 10, e traz uma série de atividades como oficinas, palestras, feiras, fóruns e mostras artísticas, além de rearticulação de gestores dos pontos de cultura.
Um dos presentes no evento foi o conselheiro de cultura Márcio Caires, um dos principais militantes da causa griô no Brasil. A mesa de abertura foi mediada por dois representantes da Comissão Estadual dos Pontos de Cultura, Lula Dantas e Maria Fulgência Bonfim, que se prepara para ingressar no Conselho Estadual de Cultura depois de eleita como representante territorial na V Conferência Estadual de Cultura.
Na mesa de discussão estavam também o assessor da Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC-MinC), Pedro Domingos, a superintendente de Desenvolvimento de Cultura da Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA), Taiane Fernandes, e os mestres griôs Nádia Acauã, da tribo tupinambá, o Mestre Marinheiro, do ponto de cultura Ginga e Malícia, Mestre Elias dos Bonecos, do Mamulengo da Bahia.
O conselheiro de cultura Márcio Caires aproveitou a oportunidade para defender o conceito griô como elemento estruturante do programa Cultura Viva, que tem o objetivo de impulsionar as atividades existentes nas comunidades culturais. “Tudo isso passou por um processo de luta no qual os mestres griôs se empoderaram até a construção da Lei Griô. O desafio agora é tornar isso um regulamento. Todo o movimento tem que ser da sociedade civil e a Ação Griô tem uma simbologia de mobilização social de base no contexto de comunidades culturais”, enfatiza.
CULTURA VIVA – Para o representante da Comissão Estadual dos Pontos de Cultura Lula Dantas, existe a necessidade de criação de comitês gestores do programa Cultura Viva. O objetivo é garantir a participação da sociedade civil, a criação de um assento do programa Cultura Viva no Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC) e a criação de um grupo de trabalho que promova a discussão com o poder legislativo e executivo.
A maior integração com a comunidade foi também defendida pelo assessor da SCDC-MinC Pedro Domingos. “Não faz mais sentido que o Cultura Viva fique restrito às gestões públicas de cultura. A sociedade civil deve participar ativamente das discussões dentro do conceito de protagonismo existente no programa”, assinalou. Domingos ressaltou a importância do Cultura Viva enquanto elemento de base comunitária fundamental para o Sistema Nacional de Cultura, além da figura do agente cultural, cidadão de grande relevância de atuação na sua comunidade.
Segundo a representante da SecultBA Taiane Fernandes, o processo de construção e reconstrução do programa se dá pela gestão compartilhada entre sociedade civil e Estado. Ela reconhece que o principal desafio é a legislação da gestão do programa, que precisa ser revista para ser regulamentada. “Queremos caminhar juntos para construir esses marcos legais. O Cultura Viva deve deixar de ser um programa para se tornar uma política”.
MESTRES GRIÔS - Para Nádia Acauã, a Ação Griô tem que ter o compromisso da união entre os pontos de cultura. Já Mestre Marinheiro torce para que o programa Cultura Viva se torne uma política pública de cultura brasileira. Elias dos Bonecos, por sua vez, ressaltou a sua consciência griô, ação que ele acredita ter ampliado suas forças enquanto agente cultural. “Foi através de Márcio Caires que conheci a Ação Griô, em 2006. Me identifiquei com a filosofia”.

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