Nos Espaços Culturais da Secult, haverá bate-papos e
exibição de filmes sobre a linguagem artística da dança
Em abril,
mês em que se comemora o Dia Mundial da Dança, o projeto Caravana CPCV passará
por quatro Espaços Culturais da SecultBA com a exibição dos espetáculos
documentados Das ruas para as ruas, Colapso, Xou, Maçaroca e De dentro, que fazem parte da Mostra
Quarta que Dança 2012. Ao final de cada sessão, acontecerá um bate-papo com
convidados sobre o filme e o ofício da dança. A mostra tem o intuito de chamar atenção pela importância desta linguagem artística para
os cidadãos e a cultura, mostrando sua universalidade e diversidade, assim como
o incentivo à inclusão e ao estímulo para que o público prestigie a produção em
dança nos palcos e nos diversos locais que ela é capaz de ocupar.
No
dia 04 de abril, às 19h, no Centro de Cultura Olívia Barradas, em Valença,
Marvan Carlos, dançarino formado pela Universidade Federal da Bahia, será o debatedor.
Na ocasião, ocorrerá a exibição do espetáculo infanto-juvenil Maçaroca, que retrata as brincadeiras tradicionais brasileiras, reunindo dança,
poesia e música e Xou, que
mistura e traz uma crítica a diversas referências a ícones pop.
O Centro
Cultural Plataforma receberá o dançarino Duto, no dia 09 de abril, para debater
os espetáculos Colapso, que traz em
sua pesquisa de corpo uma investigação sobre memórias e comportamentos
femininos observados no cotidiano da capital baiana, e Preto Alemão, vencedor do Prêmio Estímulo do XVI Festival de Dança
do Triângulo.
Já no
dia 17, o Centro de Cultura de Lauro de Freitas tem como convidado o coreógrafo
e dançarino Edu O. Além disso, o espaço irá exibir seu espetáculo Odete, Traga Meus Mortos que traz uma
reflexão sobre o lugar do outro em nossas vidas, nossos mortos (pessoas e
situações passadas) marcando nossos corpos, e na sequência será também exibido Colapso.
Os
filmes De Dentro, que parte da ideia metafísica atual de que é de dentro que
tudo inicia, que tudo se transforma, e o espetáculo Maçaroca serão exibidos no dia
22 de abril no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro. Cristiano Santana será o convidado.
No dia 23, Marvan Carlos é mais uma vez o convidado da
mostra, agora no Espaço Cultural Alagados, onde serão exibidas as performances Colapso e Das Ruas para as Ruas, este último produzido pelo Grupo Independente
de Rua, que trabalha com as técnicas da dança de rua, popping locking e breaking
e outras técnicas como o contacto e contemporâneo.
SINOPSES
Maçaroca
Pequena bobina sobre a qual a fiandeira enrola o fio./ Espiga
de milho./ Canudo de cabelos que apresenta a forma de uma espiga de milho./
Molho, feixe./ Porção de tripas enroladas e amarradas para vender./ Fig.
Enredo, maranha./ A extremidade cabeluda da cauda dos bovinos./ Bola de crinas
embaraçadas na cauda dos cavalos./ Duas pessoas escorrendo emaranhadas ladeira
abaixo.
Xou
O
espetáculo Xou, de Vanessa
Mello, de Salvador, cria um universo cor-de-rosa – estranhamente reconhecível –
que mistura diversas referências e ícones pop, como Xuxa, programa de auditório
e conto de fada, numa coreografia que, enquanto exorciza tudo isso, mergulha
num vale de lágrimas! Catarse, criação e exorcização. Olha que tá na hora de
mais uma fornada, quem não levar agora não leva mais. Tão gostosinho,
gostosinho, gostosinho. Tá quentinho, tá quentinho, tá quentinho. O jovem ouviu
o lamento da princesa e julgou ser um náufrago aflito, subiu o rochedo, mas não
viu ninguém. Quanto mais perto chegava, no entanto, mais nitidamente ouvia uma
lamúria. Sérgio Malandro ficou impressionado.
Colapso
A
intervenção urbana Colapso, de Ariana
Andrade, de Salvador, traz em sua pesquisa de corpo uma investigação sobre
memórias e comportamentos femininos observados no cotidiano da capital baiana,
juntamente com as inquietações que a pesquisadora e performer observa nos
corpos urbanos das mulheres que nessa cidade habitam. Induzidas pelas sedutoras
ofertas que a mídia oferece, as mulheres se tornam vítimas da ditadura da
vaidade, problemáticas da psique feminina vão surgindo. A performance expressa
isso através da arte do corpo, da imagem e da videoarte. Colapso surge num contexto diverso, as ruas da
cidade de Salvador serviram de laboratório de corpo e coreografia, análises de
comportamentos femininos transgressores, histéricos, exagerados, silenciosos e
notáveis ganharam novas significações no corpo da performer, reconfigurando o
ambiente e levando o público transeunte a questionamentos.
Preto Alemão
É uma pesquisa coreográfica estreada em 2003, em
Uberlândia-MG, apresentada nessa mesma cidade e em Goiânia-GO e Salvador-BA.
Vencedora do Prêmio Estímulo do XVI Festival de Dança do Triângulo e
selecionada na edição 2012 do Quarta Que Dança. Ela convoca o espectador na sua
presença, produzindo coreograficamente um tempo de suspensão que climatiza um
espaço limiar entre sentimento de si e reconhecimento coreográfico, de onde não
apenas histórias podem surgir, mas sobretudo sensações.
Odete,Traga Meus Mortos
Os
Outros: o melhor de mim sou Eles” – Manoel de Barros. Ao chegarmos a algum
lugar, chegamos carregados de passado, de experiências vividas durante toda a
vida e, até mais, trazemos nossos antepassados, histórias de família, de
lugares, de sonhos… Nos pés ficam os calos e o pó da terra por onde caminhamos.
Na mente ficam registradas as imagens, os odores, os sons, as histórias que
encontramos em cada esquina, em cada rua, casa, monumento, pessoa. Somos feitos
de encontros. A todo momento somos preenchidos de outros. Um outro que muitas
vezes desconhecemos, mas que nos afeta e que nós afetamos também. Informações
que vão sendo nosso corpo – na postura, no modo de andar, comer, falar,
gesticular, enfim, no nosso modo de agir. O lugar do outro em nossas vidas,
nossos mortos (pessoas e situações passadas) marcando nossos corpos, sendo-nos.
Tudo reverberando em nós até mesmo quando a memória não está sendo atualizada.
De dentro
O espetáculo parte da ideia metafísica atual de que é de
dentro que tudo inicia, que tudo se transforma, e que o homem é modificado de
dentro pra fora. Diante dos desafios contemporâneos, não podemos descartar a
relação inversa, posto que de fora também pode influenciar e modificar o
dentro. A coreografia amplia a percepção que cada
um tem de si numa análise permanente desse ciclo criativo, de dentro pra fora e
de fora pra dentro, revelando o homem criatura. “De Dentro” é sensações,
possibilidades de movimentos em que o homem se transforma e transforma, a
partir das suas relações com o meio sem se reduzir a um único conceito.
Das ruas para as ruas
A apresentação trabalha com as técnicas da dança de rua,
popping locking e breaking e outras técnicas como o contacto e contemporâneo,
com a coreografia direcionada a músicas nacionais remixadas. O grupo
Independente de Rua articulou-se a partir da roda de break no Centro Histórico,
onde é sua casa e local fixo de ensaios, treinos, aulas, intercâmbio, palestras
e apresentações. “Das Ruas para Ruas” é o reconhecimento e comemoração de seus
10 anos de trabalho na Praça da Sé e bairros de Salvador, sempre com o intuito
de fortalecer e ampliar a dança de rua, dando a ela visibilidade e garantindo a
sua originalidade. Nascida nas ruas, crescida nas ruas e permanece nas ruas.
SERVIÇO
Caravana Circuito Popular de
Cinema e Vídeo.
Datas e locais: Centro
de Cultura Olívia Barradas, no dia 04 de abril
Centro Cultural Plataforma, no
dia 09 de abril
Centro de Cultura de Lauro de
Freitas, no dia 16 de abril
Centro de Cultura João Gilberto,
no dia 22 de abril
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